Os italianos foram, de todos os imigrantes europeus, os mais desejados, mimados e elogiados. Não eram ásperos como os alemães, nem anedóticos como os portugueses, galegos e espanhóis.
Eram os italianos inteligentes, amáveis, simpáticos, trabalhadores. Confraternizavam-se com os brasileiros nas devoções aos santos, nas procissões, nas folias.
Cantavam modinhas e operetas.
Substituíram o trabalho escravo pelo do homem livre.
Eles gostavam das mulheres de cor.
Foram eles os responsáveis pela "arianização" da gente brasileira, a miscigenação.
Uns maçons italianos de São Paulo publicaram em seu jornal "La Vita", certa vez, a seguinte opinião:
- ”Temos fé no Brasil de amanhã, ao qual novas gerações nascidas do sangue italiano transmitirão novo vigor de espírito. Quanto ao velho Brasil, curvado diante da Igreja Católica, neste velho Brasil crioulo em que até os jornais incrédulos são clericais, não nos dá nenhuma confiança".
No volume “São Paulo Atual (1.935-1.962)”, o escritor Jorge Americano discorre muito rapidamente sobre o Bairro do Bom Retiro, em São Paulo, reduto dos italianos e de seus descendentes no Brasil, e um pouco sobre esses elementos:
“É um conjunto de ruas em xadrez, empoeiradas durante a seca, enlameadas durante as chuvas, com casas térreas de moradia, vendinhas com café, bebidas e cigarros, portas de oficinas mecânicas. Calçamento sórdido, passeio de lajes quebradas e esgotos entupidos que exalam um cheiro indiscutível.
Gente amontoada numa porta discutindo futebol sem poder ouvir o aparelho que irradia violentamente o jogo do Palmeiras contra o Corinthians.
Grupos de moças risonhas discutindo fitas de cinema com rapazes:
- “Nós fomos em três, eu, a Carmela e a Filomena”.
- “Eu não gostei, a moça é uma estúpida”.
- “Ah, não, a fita é batuta, você viu aquele pedaço que eles estão namorando no banco do jardim?”
- “Vá, escute, vá! Eu quero falar”.
Italianos velhos, de cachimbo, sentados à porta em cadeiras de trançado, falando patuá calabrês e napolitano.
Mulheres gordas de seios caídos e gestos exuberantes, discutindo preços dos gêneros comprados na feira:
- “Porca miséria!”
- “Mamma mia!”
- “Dio Santo!”
- “Madonna!”
Uma velha, bem velha, sentada à soleira, fazendo tricô.
E crianças brincando, correndo, brigando e gritando:
- “Babbo!”
- “Mamma!”
- “Nonna!”
Ola,Luiza!Sou a Gheisa Petronio Valio,filha do Angelino Valio e gostaria muito de parabeniza-la pelo trabalho que fez sobre a nossa historia que pouco conhecia....muito obrigada por nos aproximar de nossa historia...Grande beijo a todos Valio
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