(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
Adriana Valio conversou com campuseiros nesta manhã na Campus Party sobre as possibilidades de encontrarmos vida fora da Terra. Ela ainda explicou o que pode ser considerado um planeta habitável e quais são suas características, assim como quais são as técnicas utilizadas para detectá-los.
Mas o que é um planeta?
Como definido pela União Astronômica Internacional (IAU na sigla em inglês) em 2006, um planeta deve: estar em torno de uma estrela (como o Sol); possuir uma forma esférica e massa mínima; ser o objeto dominante em sua órbita. Foi a partir daí que Plutão deixou de ser considerado como um dos oito outros elementos do nosso Sistema Solar.
Quando se trata de planetas extrassolares, ou seja, aqueles que estão além do nosso sistema planetário, as definições são um pouco diferentes. Eles precisam possuir massa menor que a do Sol, mas também é necessário que estejam orbitando uma estrela que possa produzir energia própria.
O primeiro deles foi descoberto em 1995 por Mayor & Queloz. O elemento encontrado possuía cerca de metade da massa de Júpiter e orbitava em torno de uma estrela considerada normal.
Detecção e satélites
Até a data de ontem, 758 exoplanetas já foram descobertos, e a detecção desses elementos pode ser feita de algumas formas. Entre elas, pode-se levar em consideração a velocidade radial, pois o planeta também exerce uma atração gravitacional sob a estrela. Neste caso, ambos giram em torno do centro da massa do sistema.
(Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)
Também é possível detectar planetas que estejam em trânsito, ou seja, no momento de um eclipse. Nessa ocasião, o elemento observado passa na frente de sua estrela, sendo possível identificar uma sombra enquanto realiza o movimento. A primeira detecção através desta técnica ocorreu em 2000 e teve duração de 2h30.
Adriana Valio ainda comentou um pouco sobre o trabalho feito pelos satélites responsáveis pelas descobertas de sistemas extrassolares. Um deles é o CoRoT, que já encontrou 24 planetas até hoje. Ela ainda explicou que a vantagem deste equipamento é que a observação feita por ele acontece de forma contínua durante 150 dias.
Outro elemento mencionado foi o satélite Kepler. Ele já confirmou a existência de 30 sistemas planetários com 61 planetas, que orbitam bem próximos a suas estrelas hospedeiras (mais próximos do que Vênus está do Sol).
Afinal, existe vida lá fora?
Valio explicou que a vida como conhecemos hoje (como nós, seres humanos) pode ser difícil de existir atualmente, pois ainda não foi encontrado um planeta tão parecido ou idêntico à Terra. Mas a vida pode existir em outras formas e, para que ela possa se desenvolver, é preciso levar em consideração a Zona de Habitabilidade.
Uma zona habitável é definida da seguinte forma: as distâncias mínima e máxima entre um planeta e sua estrela devem estar no limite aceitável para que possa existir água líquida em um planeta. Entre os diversos exoplanetas descobertos, cerca de 16 deles podem ser habitados por algum tipo de vida, como bactérias.
A também professora ainda disse que, dos planetas possivelmente habitáveis, apenas 4 são os melhores candidatos para a existência de alguma forma de vida. O melhor destes seria o Gliese 581, um sistema triplo que está situado a 20,5 anos luz da Terra. Ele ainda possui 1/3 da massa do Sol, sua luminosidade é 50 vezes menor que a deste astro e a temperatura pode ir de -3 a 40°C.
Por Rodrigo Alves de Brito em 9 de Fevereiro de 2012.
Atualmente, Adriana Valio é Professora Pesquisadora na Universidade Presbiteriana Mackenzie e
Professora de Pos-Graduação em Astrofisica no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
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