segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

MOPIR E ARY VALIO: PELO "ROSÁRIO" QUERIAM SER FAMOSOS E IMORTAIS


Pelo ‘Rosário’ queriam ser famosos e imortais
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016 por Alberto Isaac para o jornal Correio de Itapetininga.
Rosário era o conhecido largo, existente até hoje, onde se ergue a centenária Igreja N.S. do Rosário.

Tudo movia o grupo para o caminho que conduziria à fama e à glória. 
Queria ser estampado nas páginas da famosa “Gazeta Esportiva” para todo o Brasil.
Rosário era o conhecido largo (existente até hoje) onde se ergue a centenária Igreja N. Sa. do Rosário, formado pelas ruas Venâncio Ayres, Monsenhor Soares, General Glicério e Quintino Bocaiuva.
O grupo então composto pelos pré-adolescentes, residentes na área, Mopir e Ary Válio, Ítalo Andrione, Paulo Mendes, Valdir Paca, Nego Dito, Feitiço, Nelo Leitão, Alberto, Arthur Tambelli, Martinho de Moraes, Oswaldo Baiano, Rosa, Waldemar Bicudo e outros, formava o então “esquadrão Rosário”, empenhado em se destacar sobremaneira no futebol itapetiningano.
O nome, inspirado também pela existência do clube denominado “Rosário Central”, celebrado na Argentina, a sempre rival no esporte Bretão do Brasil. 
A grande simpatia pelo nome, daquela voluntariosa juventude que frequentava o largo, vislumbrava um “grande futuro dentro do cenário futebolístico para a agremiação” E, por unanimidade foi escolhida a mesma camisa usada pela equipe portenha.
Como a dificuldade em se locomover a São Paulo, onde seria comprado, na 25 de março, o respectivo uniforme, era muito grande, ele foi adquirido na Loja de Salomão Abi, na Rua Aristides Lobo. 
“Seu Salomão”, em sua paciência, como hábil comerciante, forneceu 13 camisetas e calções, nas cores laranja e preto, o manto oficial do Rosário da Argentina.
Com o santificado nome de “Rosário” estampado nas camisetas, ao lado direito, a equipe que treinava seriamente e sob o comando de Arthur Tambelli – filho de Maurício Tambelli e com armazém de secos e molhados na Rua Lopes de Oliveira – no campinho frente ao hoje supermercado Pão de Mel, foi brilhante em sua trajetória, permanecendo durante seis longos anos em atividade e enfrentando outra agremiações existentes na cidade.
Como grande atração, contava em suas fileiras um excepcional centroavante, de Joinville – Santa Catarina –, que estudava no Ginásio de Itapetininga, que posteriormente atuou pela Associação Atlética local, com grande sucesso. 
Uma das mais consagradoras vitórias da equipe foi contra o XI de Agosto de Tatuí, além de outra inesquecível, a derrota imposta ao quadro de futebol da Rua Silva Jardim, que tinha como mentor do time o célebre Mauro de Oliveira – o Maurinho Caveira – renomado como “imbatível na época”.
Já o Rosário Central da Argentina, clube fora do eixo de Buenos Aires e que se encontra na divisão especial - permanece até hoje sem conseguir o título de Campeão do vizinho país, isto desde a sua formação, em 1899. 
Além de outros craques, passaram pelo Rosário portenho, nomes como Vaca (goleiro), Lostau, Salomão, Sastre, Kainigia, o grande D’Stefano, além do brasileiro Heleno de Freitas, por curta temporada, quando então transferiu-se para o “Milionário de Bogotá”, na Colômbia.
O “Rosário” de Itapetininga nunca conseguiu chegar à altura de seu homônimo e, seus “atletas”, nunca se tornaram ilustres e imortais, mas ficou a saudade daquele tempo agradável, onde todos foram felizes e sabiam muito bem disso.
 

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

PRIMEIRA COMUNHÃO


As meninas Maria Regina e Maria de Fátima, filhas do casal Marina Branca ( filha do Major Luiz Valio e Cirila Nogueira) e Nestor França (filho de Bento França e Bernardina).


A FÉ E A FAMÍLIA VÁLIO



Era comum a família confeccionar um altar enorme numa das paredes da sala para receber a visita de Nossa Senhora.
A tia Maria Válio, conhecida por ser meio grossa, nessa época se desestressava para deixar o altar magnífico.
A gente ajudava lhe passando as tachinhas e os alfinetes com os quais ela franzia o tecido com maestria.
Ficava no ar aquele cheiro de pano de seda, das flores naturais que eram colhidas no jardim da vó Cirila e de outros jardins da vizinhança, do incenso que permanecia durante a noite toda dando uma feição mágica ao ambiente.
Enquanto o santo ali pernoitava, não se brigava, não se gritava, só se rezava.
Vinha gente de toda a rua para rezar, mas também para comer biscoitos e bolinhos de polvilho com café feitos pelas mãos maravilhosas da vó Cirila, mais conhecida por Nhá Lila.