Era comum a família confeccionar um altar enorme numa das paredes da sala para receber a visita de Nossa Senhora.
A tia Maria Válio, conhecida por ser meio grossa, nessa época se desestressava para deixar o altar magnífico.
A gente ajudava lhe passando as tachinhas e os alfinetes com os quais ela franzia o tecido com maestria.
Ficava no ar aquele cheiro de pano de seda, das flores naturais que eram colhidas no jardim da vó Cirila e de outros jardins da vizinhança, do incenso que permanecia durante a noite toda dando uma feição mágica ao ambiente.
Enquanto o santo ali pernoitava, não se brigava, não se gritava, só se rezava.
Vinha gente de toda a rua para rezar, mas também para comer biscoitos e bolinhos de polvilho com café feitos pelas mãos maravilhosas da vó Cirila, mais conhecida por Nhá Lila.
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