terça-feira, 3 de abril de 2012

DOM FRANCISCO DOMINGOS VITO PASCHOAL VALIO TROMBETTI, VULGO "ITALIANO", O PATRIARCA DOS VÁLIO NO BRASIL


QUEM NOS CONTA SOBRE O PATRIARCA DOS VÁLIO NO BRASIL É O SEU PRÓPRIO FILHO, O JÁ FALECIDO MAJOR LUIZ VALIO.
O MAIOR INTELECTUAL DE TODOS OS TEMPOS DE SUA TERRA NATAL, SÃO MIGUEL ARCANJO, LUIZ VÁLIO, TAMBÉM SE ASSINAVA J. SEVERO, FERDINANDO CIPÓ, LV, ETC., NOS INÚMEROS ARTIGOS QUE DEIXOU ESCRITOS NO EXTINTO JORNAL "O PROGRESSO".
NETO DE NICACIO VALIO, NASCIDO EM ATENAS - GRÉCIA - O QUAL SE CASOU COM VICÊNCIA DI LUCCA, ITALIANA DA SICÍLIA, LUIZ VÁLIO ERA FILHO DE DOM FRANCISCO DOMINGOS VITO PASCHOAL VALIO TROMBETTI, QUE SE CASOU COM ANNA MARIA DE BÔNO GIUDICE, AMBOS NASCIDOS NA ITÁLIA.
DOMINGOS TROMBETTI FORA MILITAR. 
ALIÁS, TODOS OS ANTEPASSADOS DA FAMÍLIA FORAM MILITARES. 
CERTA FEITA, DOMINGOS TROMBETTI COMANDOU UMA PRAÇA DE GUERRA SITIADA, TENDO DE RENDER-SE PELA FOME, VISTO COMO ELE E OS SEUS SOLDADOS, DEPOIS DE CONSUMIREM TODOS OS VÍVERES, PASSARAM A DEVORAR OS CAVALOS, OS CÃES, OS GATOS E ATÉ AS RATAZANAS ALI EXISTENTES, COMO NOS CONTA LUIZ VALIO.
SEGUNDO SE SABE, DOMINGOS TROMBETTI DEVE TER EMBARCADO PARA O BRASIL LOGO DEPOIS DE 1.860, ESCONDIDO EM UM NAVIO, DEIXANDO NA ITÁLIA A ESPOSA E TRÊS FILHOS: JOSÉ, ELIAS E VICÊNCIA. DEPOIS DE ALGUNS ANOS, ELES TAMBÉM VIERAM VIVER EM SÃO MIGUEL ARCANJO, ANTES DENOMINADA "FAZENDA VELHA".


DOMINGOS TROMBETTI E A FAZENDA VELHA.

Não fosse o acervo do "Estadão", e jamais encontraríamos alguma coisa real sobre a história dos primórdios de nossa São Miguel Arcanjo.
E vamos contar agora sobre a tal FAZENDA VELHA, voltando no tempo cento e quarenta e sete anos, transcrevendo o que o jornal "Município", de Itapetininga, do dia 07 de outubro de 1.875 enviou para a edição do dia 13 de outubro de 1.875 do "Estadão", página dois, assim:

- Itapetininga - Temos o "Município" de 7 do corrente - Em editorial chama a atenção do governo para o importante Bairro da Fazenda Velha, cuja transcrição damos em seguida:
= "A FAZENDA VELHA é uma pequena povoação de 200 habitantes mais ou menos, e compreende 7 bairros ou quarteirões com o número de 5 a 6 mil habitantes, obedientes à paróquia, distrito e comarca de Itapetininga, província de São Paulo.
Dista de Itapetininga 35 quilômetros, do Capão Bonito do Paranapanema 52, de Sete Barras (ponto de embarque para Iguape no Rio Ribeira) 72.
Existe ali uma capela de São Miguel, e esta foi feita por contribuição dos mesmos habitantes, mas dirigida e auxiliada pelo sr. Antonio Mariano de Oliveira Fróes, que continua a zelar da mesma, e já deu providências para a reconstrução e aumento, empregando o seu dinheiro para depois haver dos habitantes por meio de subscrição.
Há também um bom cemitério com 50 metros de extensão, o qual também foi construído por contribuição do povo, e auxiliado pelo sr. Domingos Trombetti (Italiano) que ainda acha-se no desembolso quase da metade da quantia dispendida além do adjutório que deu.
Há uma escola particular de instrução primária bem frequentada.
Existem duas casas de negócios de secos e molhados.
Há uma banda de música instrumental criada particularmente pelo sr. José Galvão Nogueira, e composta esta de pessoas de sua família, e dirigida por um hábil professor, o sr. Theodoro de Almeida Mello.
A exportação da FAZENDA VELHA é fumo da melhor qualidade que há no comércio e sobe anualmente de 5 a 6 mil arrobas, para mais, e com acréscimo de ano para ano.
É de grande necessidade criar-se uma agência de correio para assim saber-se do estado de comércio.
Para este fim, já reclamou-se por meio de representação popular, e repetidas vezes pelo "Município".
O aperfeiçoamento da estrada de Sete Barras aproveitava muito à FAZENDA VELHA, tornando as cidades de Itapetininga e Iguape muito mais importantes do que hoje são.
Quanto a escola, o povo é bastante católico e reclama pela existência de um pároco na esperança de que o exmo. governo eleve este bairro a freguesia".


No jornal “O Progresso”, primeiro periódico editado em São Miguel Arcanjo, em data de 22 de fevereiro de 1931, número 99, Luiz Válio, usando um dos seus vários pseudônimos, neste caso J. SEVERO, assim escreveu a sua história e a do seu pai:


“Em 1868, meu pai construiu sua vivenda aqui na beira da estrada do Turvo, bairro mais populoso do município de Itapetininga, hoje quase abandonado, estrada essa que passava pela Paróquia da Fazenda Velha, criada em 11 de janeiro de 1866, apesar de possuir apenas uma capela perdida no meio da selva espessa, tendo, de longe em longe, um poético casebre coberto de capim, onde, felizes pela sua ignorância, viviam os seus pacatos moradores. 

Quando nasci, a casa de meus pais já de muitos anos vinha sendo frequentada por um geólogo norte-americano muito sabido em ciências mineralógicas, tendo feito estudos e descobertas importantes, tanto nas regiões centrais como nas regiões do litoral da então Província de São Paulo. 

Ele era meigo e simpático, possuindo o que quer que fosse de atraente, talvez como resultado dos eflúvios da floresta virgem que o envolviam, ou das emanações sutis dos minerais por ele encontrados nas profundezas da terra, emanações que, por efeito mágico, fizeram causa comum com o seu organismo físico... 

Não sei o que havia nele! 

Só sei que ele era bom, meigo e simpático, que embalou-me na minha infância, que ensinou-me a cultuar a Natureza e que fomos sempre amigos, amigos sinceros, amigos do coração! 

Tenho saudades do americano, mestre, amigo e pai espiritual, especialmente ao lembrar-me das lições que me fazia estudar e que, quando não sabidas, chamava-me a atenção, assim: 

- “Oh! Menina, você hoje estar muito burrinha!...” 

Pois bem, caros leitores, aquele americano cujo nome era James Monroe Keith, veio ao nosso país em 1867 e aqui percorreu a nossa província em todos os sentidos, estudando-lhe sempre o subsolo, onde viu coisas maravilhosas! 
Dizia-me ele que o Brasil encerra nas suas entranhas tesouros ainda mais maravilhosos que os antigos contos de fadas. Não sendo preciso nem a lâmpada de Aladim, nem a alavanca de Arquimedes para encontrá-los e removê-los. 
É bastante, dizia, o uso da broca de Rokfeller e a perspicácia comercial dos Rotchilds para trazê-los à superfície e transformá-los em moedas sonantes, com as quais, tornando-nos livres perante os meios financeiros internacionais, poderemos galgar a posição de “primus inter pares”, entre os países mais ricos do mundo! 

James Monroe Keith aceitou a grande naturalização de 1.889 e, por meu pedido, alguns anos mais tarde qualificou-se eleitor deste município, votando com o Partido Republicano Dissidente, fundado por Prudente de Moraes, de que também fiz parte como Presidente do Diretório local. 

James era um oposicionista sistemático, devido, talvez, ao fato de haver combatido, em seu país, de arma em punho, contra o Governo de Lincoln, na célebre Guerra de Sucessão, sendo este o principal motivo da sua vinda para o Brasil. 

Desde 1869 foi que o americano James veio de frequentar o solo sagrado, aonde, mais tarde, em 1880, tive a ventura ou a desventura de nascer e onde por ele fui embalado em criança, ouvindo-lhe canções regionais de envoltas com as saudades da pátria amada distante!... 

De 1889, aos 10 anos, comecei interessar-me pelos seus ensinamentos para logo mais tarde ajudá-lo a tratar de negócios valiosos relacionados agora com as despretensiosas linhas que irei rabiscando, no intuito de desvendar o único meio de nos tornarmos, nós, os brasileiros, independentes e abastados, apenas remando para o subsolo!” 


Conforme pesquisas feitas por mim nas Atas da Câmara do município de São Miguel Arcanjo ao tempo do início de sua autonomia já lá encontramos o nome de Domingos Trombetti como sendo morador e proprietário no lugar. 

Segundo consta, Domingos Trombetti morava em frente ao Philomeno Bráulio de Oliveira, local onde no ano de 1.919 seu filho, o Major Luiz Válio inauguraria uma empresa – Máquina São Luiz - que mais tarde foi vendida ao libanês Narlir Miguel e referido imóvel à família de Maura e Licério de Oliveira.
Antigamente, Rua Sete de Setembro e, hoje, Rua Cônego Francisco Ribeiro.  

Dom Francisco Domingos Vito Paschoal Valio Trombetti, pai do Major, faleceu em 20 de junho de 1907, às 14 horas. 

Anna de Bôno Giudice, sua esposa, faleceu em 29 de março de 1902, às três horas da madrugada. 

O Major Luiz Válio faleceu em 03 de setembro de 1.950. 

Sua esposa, Cirila Nogueira Valio, em 14 de setembro de 1.964, às 18 horas.
Todos estão sepultados em São Miguel Arcanjo.

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