terça-feira, 12 de março de 2013

UM POEMA PARA MEU AVÔ

                                   

                   








E enquanto meu avô então morria
Ao lado da matriz onde morava
A passeata na rua acontecia
Na festa da primeira oligarquia 
Aqui nascida. Os rojões espocavam...

A morte chegando nesse marasmo
De vaias, afinal, acontecera. 
Era o povo que gritava inflamado 
Pelos poderosos que no passado 
Esta cidade tanto adormeceram. 

Quase meio século a fantasia 
Da mente não consegue ultrapassar.
Tão pequeno o povo se tornou cativo 
Do poder de facções interativas 
Que teimam sempre em querer retornar. 

Os frutos do passado envelhecidos 
História não fizeram, só quimeras 
Herdadas dos avós que não souberam 
Decifrar as diferenças entre as feras 
Que comeram nossa fome de progresso. 

O major avisava. Ele sabia
Dos planos políticos do lugar
Mas o povo nunca soube entender 
Nem exigir e nem compreender 
Os direitos e as chances de encontrar. 

Nem toda planta dá frutos, Major, 
Nem tudo que existe eterno será 
Mas parece que o caminho da grandeza, 
Do alimento futuro à nova história 
É como o pó que flutua sem glória. 
E esta gente jamais conhecerá. 

(Luiza Valio)

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